Expansão da economia paraguaia pode elevar exportação brasileira
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- 23/03/15
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas do Brasil ao Paraguai cresceram 40% nos últimos cinco anos, e passaram de uma receita de US$ 3,1 bilhões, em 2010, para US$ 4,4 bilhões, em 2014. No ano passado, as exportações nacionais ao país vizinho expandiram 9% ante 2013, ano em que as vendas externas somaram cerca de US$ 4 bilhões.
Dentre as principais mercadorias que o Brasil vende ao Paraguai estão Adubos e fertilizantes, cerveja malte, ladrilhos de cerâmica, vidrados e esmaltados, tratores, veículos, entre outros. Já a Soja, carne e milho são os produtos mais relevantes na pauta exportadora paraguaia ao País. O Banco Central do Paraguai (BCP) prevê que o Produto Interno do país deva ter expansão de 4,5% em 2015. Uma das economias de maior crescimento na América do Sul, ao lado da Colômbia, Peru e Chile, o PIB paraguaio teve alta de 5,8% no quarto trimestre de 2014, uma aceleração ante o trimestre anterior, quando a atividade econômica subiu 4,4%, como informa o BCP. Em 2013, a economia paraguaia chegou a expandir 14,2%. Para o professor de relações internacionais da Fundação Armando Álvares Penteado (FA A P ), Marcus Vinicius de Freitas, não somente o ritmo de crescimento do Paraguai, como tam bém a alta do dólar frente ao real e o baixo crescimento interno irão favorecer as exportações brasileiras ao Paraguai.
Além disso, o sócio da GO Associados o embaixador Regis Arslanian, pontua que o Brasil poderia aproveitar este momento para integrar a produção de algumas indústrias, já que o país vizinho oferece segurança jurídica às empresas internacionais, bem como baixos impostos e menores custos trabalhistas. Cenário que tem atraído muitas companhias para a região sul-americana. "Ao invés de importamos autopeças da Europa para a nossa indústria automotiva, por exemplo, poderíamos produzir no Paraguai e trazer ao Brasil com tarifa zero. Essa é uma das vantagens de atuação no Mercosul", diz.
Devido ao ambiente favorável aos investimentos, a tendência é que ocorra uma atração cada vez maior de companhias estrangeiras para a região. Uma das empresas nacionais que atuam no Paraguai são o grupo JBS-Friboi.
Estabilidade
Freitas explica que alguns dos elementos responsáveis pelo crescimento paraguaio foram a melhora nos processos de exportação e importação e na gestão pública. O BCP afirma que a previsão do PIB para 2015 é otimista, apesar da situação econômica ruim da Argentina e do Brasil que, necessariamente se repercute em alguns setores da economia paraguaia, como a importação e o comércio tamfronteiriço.
Contudo, asseguram que a economia do Paraguai "tem um dos fundamentos domésticos muito sólidos e isso permitirá que este ano siga com seu bom desempenho econômico", diz o BCP.
Autoridades brasileiras e paraguaias também têm atuado para reduzir o contrabando na fronteira entre os dois países. Desde julho do ano passado, uma medida do governo brasileiro diminuiu a cota de compras para turistas brasileiros que entram no país por via terrestre para US$ 150 dólares por pessoa, ante US$ 300 dólares.
Para Arslanian, será muito difícil acabar com o contrabando na fronteira. No entanto, é possível implementar medidas que mitiguem a situação, como o maior controle na cobrança de impostos. Ele conta que a comercialização de cigarros corresponde a 70% do contrabando na fronteira. "So - mente com o maior controle tributários da venda de cigarros já seria possível elevar bastante a receita dos dois países", finaliza o embaixador.
Fonte: DCI