Europa tenta competir com influência da China na América Latina
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- 11/06/15
Incapaz de cobrir a oferta de 250 bilhões de dólares em investimentos da China na América Latina, a União Europeia buscou nesta quinta-feira maneiras de evitar ser marginalizada na região, propondo novos acordos comerciais, a dispensa de vistos e laços mais profundos.
Durante os dois dias da cúpula entre a UE e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com líderes sul-americanos em Bruxelas, os dirigentes europeus colocaram de lado momentaneamente as preocupações com a Grécia, a Ucrânia e o futuro da Grã-Bretanha na Europa para enfatizar que não se esqueceram de suas ex-colônias. "Vimos que a China tem construído relações comerciais muito intensas", disse a chanceler alemã, Angela Merkel. "Europa e América Latina também deveriam aumentar seu comércio."
A cúpula UE-Celac vem no encalço de outra com o bloco de 33 países na China seis meses atrás, durante a qual o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu investimentos de 250 bilhões de dólares ao longo de 10 anos.
Lutando com o impacto da crise da dívida que quase acabou com a zona do euro, a Europa tem pouco dinheiro disponível para investir. Ao invés disso, está preferindo usar sua influência como maior bloco comercial do mundo para criar aos poucos uma série de acordos. Autoridades da UE disseram que, à medida que a demanda chinesa de commodities da América Latina diminui, a Europa tem uma chance de se reafirmar.
A União Europeia e o Brasil concordaram em tentar destravar as conversas há muito empacadas com o Mercosul, comprometendo-se a compartilhar propostas de abertura de seus respectivos mercados até o final do ano.
Bruxelas irá iniciar tratativas para aprofundas os acordos comerciais com México e Chile de forma a reduzir as barreiras para os negócios, e o Equador está implementando um acordo de livre comércio com o bloco europeu.
Brasil e UE discutiram planos para a instalação de um cabo submarino de comunicações de 185 milhões de dólares entre Lisboa e Fortaleza para reduzir a dependência brasileira dos Estados Unidos. O Brasil quer proteger seu tráfego de Internet da vigilância norte-americana desde que soube que Washington espionou o celular e o e-mail da presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Reuters