Fusões no Brasil caíram 53% no 1º semestre e AL teve menor volume em dez anos
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- 15/07/15
O volume de fusões e aquisições no Brasil caiu 53,6% no primeiro semestre, somando US$ 10,6 bilhões, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira, 15, pela consultoria de mercados Mergermarket. Por causa dos fracos números brasileiros, a América Latina teve na primeira metade de 2015 o período mais fraco para fusões dos últimos dez anos.
A expectativa dos analistas da consultoria é de que os baixos preços no mercado brasileiro, por causa da desaceleração da economia, ajudem a estimular negócios no segundo semestre, desde que a atividade econômica não piore, ressalta o relatório. A América Latina teve 217 negócios envolvendo fusões e aquisições no primeiro semestre, avaliados em US$ 24,5 bilhões, queda de 62% na comparação com o mesmo período de 2014. Foi o menor volume financeiro desde a primeira metade de 2005. Em número de operações, o valor foi o mais baixo desde 2009. Além do Brasil, o relatório cita a economia estagnada da Argentina como outro fator para explicar a piora dos números de toda região.
No Brasil, as fusões e aquisições realizadas no primeiro semestre somaram US$ 10,6 bilhões, ante US$ 22,9 bilhões do mesmo período de 2014. O relatório também aponta uma queda dos múltiplos dos negócios com a piora do mercado brasileiro. Na primeira metade de 2013, os negócios saíram em média a 3,7 vezes a receita das empresas, indicador que caiu para 2,7 vezes no ano passado e 2,3 vezes este ano.
O relatório da Mergermarket cita ainda os principais bancos e escritórios de advocacia envolvidos nas operações de fusões e aquisições. No Brasil, o banco líder, considerando o ranking em número de negócios, foi o Itaú BBA. No levantamento por valor de operações, o número um foi o Deutsche Bank. Já no ranking geral da América Latina, o Itaú BBA foi o líder em número de operações e o Rothschild em valor.
Entre as firmas de advocacia, o Pinheiro Neto Advogados liderou o ranking no Brasil em número de negócios e o escritório Ulhoa Canto, Rezende e Guerra Advogados foi o número um por valor de operações. Os dois escritórios aparecem nas mesmas posições no ranking geral da América Latina.
Entre os maiores negócios feitos na América Latina no primeiro semestre mencionados no relatório está a compra de uma fatia na Souza Cruz pela British American Tobacco por US$ 3,6 bilhões e a compra da Comunicaciones Nextel de Mexico pela AT&T por US$ 1,8 bilhão.
Fonte: Jornal do Comércio