Comércio e investimentos são temas na agenda da visita do ministro Mauro Vieira a Cingapura

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, realiza visita oficial a Cingapura nesta terça-feira (21) e nas reuniões de trabalho que terá com o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Tharman Shanmugaratnam, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, K. Shanmugan, questões ligadas ao comércio bilateral e aos investimentos devem ocupar lugar de destaque na agenda. Cingapura será a primeira escala do périplo do ministro Mauro Vieira pela Ásia e que incluirá o Timor-Leste, Vietnã e Japão.

Nas conversações, o chanceler brasileiro e as autoridades cingapurianas abordarão ainda outros temas da agenda bilateral, entre eles, a cooperação acadêmica, científica e tecnológica, e temas das agendas regional e multilateral, como o relacionamento entre o Brasil e a ASEAN, a reforma do Conselho de Segurança da ONU e as negociações sobre mudança do clima. De acordo com diplomatas do Itamaraty, nos contatos em Cingapura, o chanceler Mauro Vieira reforçará o interesse do governo brasileiro em ampliar as trocas comerciais e reforçar o fluxo de investimentos entre os dois países. Em 2014, Cingapura foi o principal parceiro comercial do Brasil no âmbito da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com um intercâmbio no montante de US$ 4,1 bilhões, com exportações brasileiras no valor de US$ 3,348 bilhões e vendas de Cingapura no total de US$ 804 milhões. Com isso, o comércio bilateral proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 2,544 bilhões, o quarto maior saldo obtido pelo Brasil no comércio internacional.

Na verdade, o intercâmbio com Cingapura tem sido tradicionalmente favorável ao Brasil e 2006 foi o último ano em que a balança comercial bilateral favoreceu o país asiático, que alcançou um saldo de US$ 243 milhões nas trocas comerciais com o Brasil. De lá para cá, entre 2007 e 2014, o Brasil acumula superávit de US$ 9,030 bilhões no intercâmbio com Cingapura.

Este ano, de janeiro a junho, as trocas entre os dois países seguiram essa mesma tendência e as exportações brasileiras atingiram a cifra de US$ 1,357 bilhão, contra exportações cingapurianas no total de US$ 804 milhões. Dessa forma, no primeiro semestre deste ano o intercâmbio bilateral proporcionou ao Brasil um saldo de US$ 968 milhões.

Parcela significativa do saldo brasileiro deveu-se à exportação de um único item, barcos-farois/guindastes/docas/diques flutuantes, no valor de US$ 690 milhões, item que não figurou nas vendas brasileiras para Cingapura no primeiro semestre de 2014. Outros produtos relevantes na pauta exportadora para o país asiático foram óleo diesel (US$ 200 milhões), ferronióbio (US$ 123 milhões), pedaços e miudezas comestíveis de galos/galinhas, congelados (US$ 67 milhões) e partes de turborreatores ou de turbopropulsores (US$ 51 milhões).

Do lado de Cingapura, a pauta exportadora para o Brasil teve como principais destaques outros inseticidas (US$ 65 milhões), outros medicamentos (US$ 30 milhões), circuitos integrados monolíticos (US$ 28 milhões), microprocessadores montados (US$ 21 milhões) e monoalcoois saturados (US$ 14 milhões).

O chanceler Mauro Vieira aproveitará a visita ao país asiático para falar do interesse brasileiro no aumento dos investimentos de Cingapura no Brasil. Atualmente, os asiáticos já investem no País em setores como a construção naval, além de haver instalado, em São Paulo, escritórios de dois importantes fundos soberanos, cujos ativos totais se elevam a mais de US$ 520 bilhões.

Na avaliação do governo brasileiro, mesmo com a crise vivida pela economia nacional, existem grandes oportunidades para o aumento dos investimentos de Cingapura no País, principalmente nos campos do petróleo, gás e em obras de infraestrutura.

Fonte: Comex

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