'Les Echos': Países emergentes, cuidado com a paralisação

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Muitos verão como uma ironia do acaso o fato de que a economia dos países emergentes, particularmente os asiáticos, estejam lutando, num momento em que, em torno do Pacífico, o clima do fim de ano já se anuncia agitado em razão do furacão El Niño, diz um artigo de Arnaud Le Galdo jornal francês Les Echos, publicado nesta quinta-feira (20/08).

Esse deverá atingir um nível recorde, mais forte do que em 1997, onde resultou numa seca desastrosa na Ásia e na Oceania e chuvas devastadoras na América latina. Nos dois continentes, os atores econômicos se perguntam a partir de agora qual calamidade vai cair sobre suas cabeças em primeiro lugar, ou de forma mais pesada: El Niño ou uma nova série de indicadores econômicos negativos. Estes terão um impacto mais severo visto que os mercados emergentes se tornaram motores de crescimento para o ecossistema mundial. A dinâmica revela uma reação em cadeia. A desaceleração da China desestabiliza os países mais dependentes de seus contratos nesse mercado. O fato de que o titã asiático tenta reviver sua economia estimulando a exportação através da desvalorização do yuan muda ainda mais o equilíbrio. Outro fator chave: a queda das cotações do petróleo afeta todos os países produtores, mas sobretudo aqueles cuja economia é a mais dependente da riqueza petroleira ou de gás, da Malásia à Rússia passando pelo México ou Angola.

A essas tendências pesadas, se acrescentam às vezes fatores endógenos: tensões sociopolíticas na Tailândia, no Brasil, na África do Sul ou na Turquia, crises geopolíticas em algumas regiões, atraso que se tornou pesado demais na modernização das infra-estruturas no exterior... Tudo isso concentra energias negativas suficientes para que o crescimento mundial se anuncia este ano como a mais fraca desde 2009. Só os Estados Unidos parecem em condições de amortecer em parte o choque, graças a sua demanda interior que lhes torna menos dependentes que a média da situação mundial.

Diante de tantos alertas vermelhos, os gestores ficarão inclinados a reduzir seus riscos. Resta não se paralisar com o risco de querer diminuir sua «exposição». A característica dos mercados efervescentes é de não serem monolíticos. Mesmo desacelerados, eles se transformam, e se o campo das possibilidades se fecha, novos países em fase de decolagem podem clarear o horizonte, seja na Ásia, na América Central ou com certeza na África.

Os verdadeiros campeões da competitividade têm a responsabilidade de nunca confundir o pragmatismo e essa definição que Churchill dava ao pessimismo: o fato de «haver dificuldade em cada oportunidade». Tanto para esta crise quanto para as outras, a salvação virá do movimento.

Fonte: Jornal do Brasil

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