Índia e China buscam resolver divergências e fortalecer comércio

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O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, disse, nesta segunda-feira(20/05), que concordava com o premiê da China, Li Keqiang, sobre a necessidade de realização de uma nova iniciativa para resolver uma prolongada disputa fronteiriça, comprometendo-se com a "paz e a tranquilidade" entre as nações, durante visita de Li ao país. "Nós concordamos que nossos representantes especiais se reunirão em breve para continuar as discussões, buscando um acordo rápido sobre uma estrutura para um acordo de fronteiras razoável e mutualmente aceitável", disse Singh, após conversas com o premiê chinês em Nova Déli. "A paz e a tranquilidade na nossa fronteira precisam ser preservadas."Disputa fronteiriça - O premiê chinês minimizou a disputa fronteiriça, enfatizando a necessidade de cooperação entre as duas nações. Esta é a primeira viagem ao exterior de Li após assumir o cargo em março, em uma mostra da importância da Índia para as relações exteriores chinesas. Li se reuniu no domingo com o premiê indiano e teve vários encontros com autoridades nesta segunda, incluindo uma recepção no palácio presidencial e uma cerimônia no memorial de Mahatma Gandhi.

Impasse - A visita ocorre após um impasse no oeste do Himalaia entre tropas dos dois países terminar no início de maio. Li disse que há discordâncias bilaterais, mas os países aprenderam a lidar com as disputas fronteiriças de maneira "razoável e madura". As tensões pioraram em meados de abril, quando a Índia disse que a China havia colocado tendas mais de 10 quilômetros além de sua fronteira, ocupando território indiano. A Índia respondeu enviando tropas à área. Em 1962, a China venceu uma guerra contra a Índia por causa do território contestado, mas agora Pequim negou qualquer incursão.

Cooperação comercial - Em artigo publicado nesta segunda na imprensa indiana, Li ressaltou a necessidade de cooperação comercial, para garantir o futuro da Ásia como motor da economia global. No artigo, Li disse que os países – cujas populações somadas representam 40% do total mundial – poderiam ter resultados melhores de comércio bilateral que os US$ 70 bilhões do ano passado. Segundo ele, o resultado é "incompatível com a força e o status dos nossos dois países".

Visita - Nesta terça-feira (21/05), Li viaja até Mumbai, capital financeira da Índia. O comércio é um dos destaques da visita, pois a China exporta ao país grandes quantidades de equipamentos, em setores como telecomunicações e energia. Muitos economistas acreditam que a Índia apenas conseguirá paridade comercial com a China quando tiver uma base de manufaturas mais desenvolvida. O governo indiano mostra-se frustrado pelo fato de as negociações comerciais iniciadas em 2010 não resultarem ainda em benefícios significativos para o país. Na manhã de quarta-feira (22/05), o premiê chinês seguirá para o Paquistão, onde fica até a quinta-feira (23/05). Ele deve passar ainda por Suíça e Alemanha.

Fonte: Valor Econômico

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