Japonesa IHI compra 25% do Estaleiro Atlântico Sul e investe R$ 207 milhões
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- 13/06/13
O grupo japonês IHI (Ishika-wajima-Harima Heavy Industries) fechou a aquisição de uma fatia de 25% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco. Desenhado após um ano de negociações, o contrato prevê que a Queiroz Galvão eaCamargo Corrêa reduzam suas participações no estaleiro dos atuais 50% para 37,5% cada uma. Além da transferência de tecnologia, os japoneses farão um aporte de R$ 207 milhões no EAS. Em entrevista, o presidente executivo da IHI no Brasil, Osami Imai, afirmou que a intenção do grupo é elevar a um terço (cerca de 33%) suaparticipaçãoacionária no EAS num horizonte de seis meses a um ano, deixando assim os três grupos de sócios em pé de igualdade. "Nossa intenção (no Brasil) é focar no EAS", disse, descartando outras parcerias no momento.
Duas outras empresas integram o consórcio que fechou a aquisição, aprovada na terça-feira no Japão. A participação de 25% será dividida entre IHI (60%), Japan Marine United (JMG),que é sua subsidiária no Japão (15%) e a Japan Gasoline Company (JGC, com 25%), empresa de engenharia especializada em projetos industriais nas áreas de refino e GNL.
Questionado sobre a demora para sacramentar o acordo com os sócios brasileiros do EAS - as tratativas começaram em abril de 2012 - Imai disse apenas que ela se deveu à complexidade do contrato. Inicialmente não estava prevista a entrada dos japoneses como sócios no EAS, mas apenas como consultores tecnológicos. Agora, eles também vão aportar capital no negócio.
O executivo, que, ao longo dos últimos meses, teve encontros com a presidente da Petrobrás, Graça Foster, com o presidente daTranspetro,Sérgio Machado, e com o presidente da Sete Brasil, João Ferraz, garantiu que haverátransferênciatec-nológica e que a exigência de conteúdo local do governo brasileiro será atendida.
"Queremos transferir nossa tecnologia e expertise na construção de navios ao EAS para aumentar sua competitividade. O estaleiro tem de ficar lucrativo", disse Imai, que mencionou também corte de custos.
O plano de ação da IHI para atingir essa eficiência no EAS não foi detalhado. O executivo admitiu que o estaleiro ainda levará algum tempo para entrar nos trilhos, mas pontuou como prioridade o cumprimento dos prazos acordados com Transpetro e Petrobrás, para quem o EAS construirá sete plataformas FPSO.
Desde julho do ano passado, 30 engenheiros da IHI estão dando assistência técnica à operação do EAS. A companhia japonesa quer ter um executivo na diretoria do estaleiro pernambucano. Também terá presença no conselho de administração do estaleiro. "Agora somos sócios e temos responsabilidade no controle do estaleiro e na definição de sua estratégia", afirma Imai.
A compra da participação no EAS marca o retorno da IHI ao Brasil. A multinacional japonesa manteve operações no País de 1958 a 1994, quando fechou uma fábrica de máquinas para o setor de mineração e o estaleiro Ishkawajima, no Rio. A saída do Brasil, às vésperas do lançamento do Plano Real, foi motivada justamente pelo peso da hiperinflação sobre os custos de produção, conta Imai.
Para Japan Marine United também é uma porta de entrada no mercado brasileiro. O interesse em ter uma operação no Brasil foi reacendido pela perspectiva do setor de petróleo com a retomada das rodadas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o pré-sal.
Fonte: O Estado de São Paulo