Para diretor-geral do BIS, emergentes estão perdendo força

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A recuperação da economia global tem sido frágil e desigual e, entre os emergentes, a atividade está perdendo força. A avaliação foi feita na tarde de ontem pelo diretor-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), Jaime Caruana.

Em discurso, na Assembleia Geral Anual realizada -na sede da instituição no interior da Suíça, Caruana disse, porém, que se os bancos centrais não tivessem reagido à crise, o sistema financeiro teria entrado em colapso.

"Se as autoridades não tivessem respondido com tanta firmeza e determinação, o sistema financeiro possivelmente teria colapsado, arrastando a economia mundial", disse, ao comentar que bancos centrais injetaram cerca de US$ 10 trilhões na economia e a dívida de governos cresceu US$23 trilhões desde 2007. "Apesar disso, a conseqüente recuperação mundial está se mostrando cambaleante, frágil e desigual", disse, em discurso. Nessa recuperação, o diretor-geral do BIS chamou atenção para o desempenho dos emergentes. "Nas principais economias dos mercados emergentes, o crescimento econômico está perdendo ímpeto", disse.

Sobre as demais regiões do mundo, a análise também não e das mais otimistas, "Nos Estados Unidos, a expansão econômica continua, ainda que em um ritmo moderado. A maioria das economias europeias voltou a cair em recessão. Ao mesmo ternpo, a tendência generalizada de menor crescimento da produtividade não tem recebido a suficiente atenção das autoridades", disse, durante a assembléia que reuniu os principais banqueiros centrais do planeta, incluindo o brasileiro Alexandre Tombini.

No discurso, Caruana reconhece que a injeção de trilhões de dólares na economia pelos bancos centrais conseguiu melhorar as condições do mercado financeiro. Mas o diretor-gè-ral do BIS alertou que essa estratégia dá sinais de fadiga. "Um maior estímulo não conseguirá reavivar o crescimento da produtividade, nem eliminar os obstáculos que impedem a movimentação de trabalhadores para setores mais promissores.

O crescimento financiado com dívida escondeu a queda da produtividade e da distribuição de recursos na economia", disse.

"Aumentar as dívidas não reforçará o setor financeiro, nem conseguirá a realocação de recursos que os países precisam para retomar o crescimento tão esperado e desejado", completou Caruana.

Fonte: O Estado de São Paulo

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