Exportar produtos agrícolas é um "privilégio" no cenário atual, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, disse hoje (2) que o perfil das exportações brasileiras - cujas vendas de produtos primários ultrapassaram 50% da pauta de exportações, segundo a última balança comercial - é um "privilégio" no atual contexto, de recente recuperação da economia mundial e retração comercial. Borges participou na manhã desta quarta-feira do lançamento do portal BrasilExport - Guia de Comércio e Exterior e Investimento, no Itamaraty.

Ontem (1º), o ministério divulgou o resultado da balança comercial de junho, em que foi registrado o melhor período desde 2011. Neste mesmo resultado, verificou-se que as exportações brasileiras de produtos primários - como minerais e bens agrícolas - correspondem a mais da metade da pauta comercial.

"Isso [perfil agrícola] é um privilégio, em um contexto internacional tão adverso, ter uma base de produtos primários, especialmente agrícolas, tão competitivo no mundo", disse Borges.

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Exportação de milho do Brasil em junho atinge menor volume em 3 anos

As exportações de milho do Brasil em junho atingiram o menor volume em três anos, enquanto que as de soja mantiveram-se aquecidas, acima do patamar registrado um ano atrás, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O Brasil embarcou 87,6 mil toneladas do cereal no mês passado, contra 126,5 mil em maio. No mesmo mês do ano passado, foram embarcadas 369 mil toneladas, conforme a assessoria de imprensa. Foi o menor volume desde junho de 2011.

O volume de milho exportado em junho não foi suficiente para encher dois navios graneleiros tamanho padrão.

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Indústria fecha primeiros cinco meses do ano com queda de 1,6%

A produção industrial brasileira fechou o mês de maio com queda de 0,6%, em relação ao mês de abril, na série livre de influências sazonais, registrando a terceira taxa negativa consecutiva nesta base de comparação e passando a acumular de janeiro a maio retração de 1,6%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Brasil, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa indica que na comparação com o mês de maio do ano passado, a retração da indústria do país é ainda maior: -3,2%. No acumulado dos últimos 12 meses (taxa anualizada), a indústria apresenta o único resultado positivo: ligeira alta de 0,2%; com a média móvel trimestral fechando também negativa em 0,5%.

A queda de 0,6% de abril para maio reflete o predomínio de resultados negativos na indústria, com queda na produção de 15 dos 24 ramos pesquisados, de abril para maio e em três das quatro grandes categorias econômicas.

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Produto básico já representa mais de 50% das exportações

Apesar da queda generalizada dos preços de commodities, a concentração das exportações brasileiras em produtos básicos atingiu o ponto mais alto em três décadas e meia.

Pela primeira vez desde 1980 (último dado disponível), mais da metade dos embarques ao exterior no primeiro semestre foi de bens primários, como soja e minério de ferro. De janeiro a junho deste ano, os básicos representaram 50,8% de tudo o que o país exportou. Essa proporção era de 25% em 2002 e já havia subido para 47,5% no mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, os produtos manufaturados encolheram sua participação para o menor nível também desde 1980 e hoje equivalem a 34,4% das vendas totais, em um movimento que o governo atribui à lenta recuperação econômica nos principais mercados. "O quadro geral da economia mundial neste ano ainda é muito desfavorável", reconheceu o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, ao anunciar ontem os números da balança comercial de junho. Ele ressaltou uma série de aspectos positivos: foi o mês com maior superávit e maior média diária de exportações em todo o ano até agora.

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Empresários avaliam desafios do Brasil frente ao mercado externo

A alta tributação sobre os produtos, os encargos sociais sobre a folha salarial e a ineficiência da infraestrutura - essencialmente, de transporte - são postos como os principais entraves aos investimentos no Brasil, em comparação com outros países, como Coreia do Sul - e outros asiáticos - e Estados Unidos.

A avaliação é de empresas gaúchas com atuação internacional.

Por outro lado, o investimento em inovação, o aproveitamento do potencial do mercado interno e a reforma fiscal são algumas das apostas para melhorar a competitividade do País no mercado internacional.

A Belsul, companhia gaúcha de importação e distribuição de matérias-primas no setor químico e petroquímico, atua, desde o ano passado, em Nova Iorque. De acordo com o diretor-presidente, Sérgio Corrêa, os Estados Unidos se tornaram ainda mais atraentes para os investidores após "revolução do shale gas". Trata-se de uma fonte de energia abundante e de baixo custo, apesar de gerar controvérsias quanto ao seu impacto no meio ambiente. "O shale possibilitou matéria-prima muito barata para produção de termoplásticos e outros produtos, o que desencadeou uma série de investimentos que devem começar a maturar a partir de 2016 ou 2017", projeta.

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