Morre escritor e cartunista Millôr Fernandes no Rio
Fonte: Reuters
O escritor, cartunista, dramaturgo e jornalista Millôr Fernandes morreu na noite de terça feira, aos 87 anos, vítima de parada cardíaca e falência múltipla dos órgãos, disseram familiares nesta quarta-feira, 28.
Segundo a família, Millôr morreu em casa na noite da terça-feira, e o corpo será enterrado amanhã no Rio.
"O Mestre foi... Nosso eterno Carinho... Tristes, Agradecemos as postagem dos seguidores do Mestre. Equipe do Saite", dizia uma mensagem na conta do escritor no Twitter.
Milton Fernandes nasceu no Rio de Janeiro em 27 de maio de 1924, mas devido à grafia ruim de seu nome na certidão de nascimento ele descobriu apenas na adolescência que havia sido registrado como Millôr.
Também há "desacordos na família" sobre a data de seu nascimento, segundo a sua biografia. Alguns alegavam que nasceu em 16 de agosto, ao contrário de 27 de maio, como está em sua carteira de identidade.
Ele ingressou em 1938 na carreira jornalística trabalhando como repaginador na revista "O Cruzeiro", onde colaborou por muitos anos. Aos 16 anos passou pela revista "Cigarra" e usou o pseudônimo Vão Gôgo.
Em 1955, conquistou o 1º lugar no concurso da Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires, na Argentina, junto ao desenhista norte-americano Saul Steinberg.
Ao longo de sua carreira, esteve envolvido com teatro, adaptando e criando peças, e se tornou o principal tradutor de obras de William Shakespeare no país.
Millôr foi um dos fundadores da revista "O Pasquim", que fazia oposição ao regime militar no Brasil. Ele colaborou e escreveu em vários veículos de comunicação no país, atuando como colunista e cronista.
Bíblia é o livro mais lido pelo brasileiro e Monteiro Lobato o escritor mais admirado
Fonte: Agência Brasil
A Bíblia continua sendo o livro mais lido pelos brasileiros – ganha dos livros didáticos e dos romances. Foi o que apontou pesquisa divulgada a semana passada pelo Instituto Pró-Livro sobre os hábitos de leitura da população. Ao questionar os cerca de 5 mil participantes sobre os gêneros que costumam ler, a Bíblia foi citada por 42% e manteve-se no primeiro lugar da lista, mesma posição ocupada na edição anterior da pesquisa, em 2007. Os livros didáticos foram citados por 32%, os romances por 31%, os livros religiosos por 30% e os contos por 23%. Cada entrevistado selecionou em média três gêneros.
Os títulos religiosos ganharam espaço na estante dos brasileiros. Na lista dos 25 livros mais marcantes indicados pelos entrevistados, o livro Ágape, do padre Marcelo Rossi, aparece em segundo lugar na lista. Perde apenas para a própria Bíblia e para A Cabana, do canadense William Young.
Luiz Alves de Moraes, vendedor de uma livraria em Brasília, disse que os mais vendidos são os títulos de filosofia, teologia e religião. “Pessoalmente, eu consumo mais livros de filosofia. O hábito de ler garante um amadurecimento da leitura. Comecei a ler aos 13 anos, por interesse pessoal, sem incentivo de ninguém”, conta. O colega dele, Edmar Rezende, concorda que a venda de religiosos cresceu. “Tem saído muito, principalmente o do padre Marcelo”.
A professora Vera Aguiar, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), avalia que os livros religiosos podem ser uma porta de entrada para a literatura, especialmente para uma parte da população que não tem o hábito da leitura. Para ela, o aumento das vendas desse gênero está ligada ao avanço das religiões neopentecostais. “Há uma atitude de leitura. Depois ele pode abrir seus gostos para outros tipos de literatura, os clássicos, o entretenimento. É muito significativa essa atitude leitora, a pessoa se decidir uma atividade introspectiva”.
Em seguida na lista das obras mais marcantes aparecem O Sítio do Picapau Amarelo, O Pequeno Príncipe, Dom Casmurro e as coleções Crepúsculo e Harry Potter. O livro da escritora britânica J. K. Rowling foi o primeiro que a estudante de 16 anos Evelyn Cabral comprou. Ela disse que sempre gostou de ler e foi muito incentivada pela mãe quando criança por meio dos contos de fada.
“Eu tinha 11 anos quando comprei o primeiro livro do Harry Potter com a minha mesada. Daí em diante, não parei mais, gosto muito desse tipo de história. Na escola eles pedem para a gente ler os clássicos da literatura como Machado de Assis e Guimarães Rosa. Só que eles têm uma linguagem complicada. As histórias até são legais, mas é difícil ler, têm palavras que eu nem conheço”.
Mesmo depois de mais de 60 anos da sua morte, Monteiro Lobato continua no imaginário da população. O escritor paulista permaneceu no topo da lista dos autores brasileiros mais admirados. “Há muitos escritores que são conhecidos, mas na verdade não são lidos. Dá até para dizer que existem duas leituras de Monteiro Lobato: a primeira é aquela que a gente faz do imaginário coletivo, todos ouviram falar de Reinações de Narizinho”, acredita Vera.
Na sequência aparecem Machado de Assis, Paulo Coelho, Ariano Suassuna e outros autores de best sellers recentes como o pastor Silas Malafaia e o padre Marcelo Rossi.
União dá R$ 14 milhões a museu de Lula no ABC
Fonte: Folha
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), vão anunciar amanhã (13/04) o início da construção de um museu que lembrará as greves de metalúrgicos comandadas pelo ex-presidente Lula no ABC.
As obras devem custar R$ 18 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 14,4 milhões do governo federal e R$ 3,6 milhões do município. O valor inclui apenas as despesas com instalações físicas.
O anúncio será feito um dia antes do primeiro ato público de Lula após o desaparecimento do câncer na laringe, sábado, também em São Bernardo. Ele dividirá o palanque com Marinho, que tenta a reeleição, e Fernando Haddad, pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo.
O Museu do Trabalho e do Trabalhador será erguido num terreno de cerca de 10 mil m2 ao lado do Paço Municipal, um dos cenários das greves que antecederam a criação do partido.
Entre as principais atrações, está prevista uma sala que vai recriar, com recursos audiovisuais, o ambiente das reuniões a céu aberto lideradas pelo fundador do PT.
"Não é um museu do Lula, mas é evidente que ele terá uma presença muito forte. Queremos que o visitante se sinta como se estivesse dentro de uma assembleia de trabalhadores", diz Marinho.
Segundo o petista, a parte exterior do edifício deve ganhar uma coleção de ferramentas antigas. "Incluindo um torno similar ao que o Lula usava quando perdeu o dedo", anima-se Marinho.
O convênio com o Ministério da Cultura foi assinado em 2010, mas atrasou devido a problemas burocráticos e só agora começará a sair do papel, com um repasse inicial de R$ 1 milhão da União.
A obra começará pela demolição do prédio que abrigava o antigo mercado municipal da cidade, e poderá ser acompanhada pelo prefeito da janela de seu gabinete.
De acordo com aliados, Marinho, ex-ministro do Trabalho e da Previdência no governo Lula, quer usar o museu como símbolo de sua gestão como prefeito.
Ele é cotado para disputar o governo de São Paulo em 2014, mas afirma não ter intenção de concorrer.
O petista quer recorrer à Lei Rouanet, mecanismo de renúncia fiscal do Ministério da Cultura, para bancar os gastos com o interior do museu. "Isso pode ser mais caro ou mais barato que o prédio. Ainda não sabemos", diz.
MEMORIAL
O projeto do ABC deve ser o segundo museu com referências à trajetória de Lula construído simultaneamente na região metropolitana.
Ontem, vereadores do PSDB paulistano voltaram a adiar a votação do projeto que autoriza a cessão ao Instituto Lula de um terreno oferecido pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para o Memorial da Democracia, na região da cracolândia.
O líder tucano Floriano Pesaro tenta convencer os colegas a realizar audiências públicas sobre o tema, numa tentativa de adiar o começo das obras.
O memorial receberá o acervo de Lula na Presidência e, segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, ainda não tem orçamento definido.
"Só os estudos devem custar alguns milhões. O total pode chegar a R$ 40 milhões, R$ 60 milhões. Temos que fazer os projetos antes."
Ele disse que pretende obter financiamento privado, mas não descartou a possibilidade de firmar convênios com o poder público.
Folhapress
Brasil e Colômbia firmam acordo para ampliar intercâmbio cultural
Fonte: Agência Brasil
O Brasil e a Colômbia vão ampliar o intercâmbio cultural. As escolas brasileiras deverão receber livros de autores colombianos e peças de teatro e filmes produzidos no país andino chegarão em maior número ao Brasil. A intenção é que o mesmo ocorra em relação às obras brasileiras na Colômbia. O acordo de ampliação do intercâmbio cultural foi firmado entre as ministras da Cultura, Ana de Hollanda, e Mariana Garcés Córdoba.
A ideia é estimular o intercâmbio nas áreas de incentivo à leitura, patrimônio cultural, museus, economia criativa e diversidade cultural e étnica. Ana de Hollanda e Mariana Córdoba decidiram ainda que serão incentivados os programas relacionados aos grupos que representam a diversidade cultural de ambos os países, como afrodescendentes e indígenas.
As ministras reviram as metas para o Plano de Ação para a Cooperacão Cultural 2011-2014 entre os dois países. O plano inclui visitas de escritores dos dois países em feiras, festivais literários e universidades, apoiando os projetos de tradução e publicação de títulos brasileiros na Colômbia e vice-versa. A ideia é incentivar a inclusão de livros colombianos nas redes públicas de bibliotecas do Brasil e o mesmo deve ocorrer em relação aos títulos brasileiros na Colômbia. A Colômbia está sediando a 25ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, na qual o Brasil é o principal homenageado
Também deve ser desenvolvido o projeto Cartografia Cultural do Noroeste Amazônico, que determina o inventário de sítios sagrados relacionados aos povos indígenas da região, que prevê a recuperação de sítios históricos como destino cultural e mecanismos de financiamento para preservação do patrimônio cultural.