26 de Abril de  2025


Modo de falar e regionalismos distinguem português brasileiro do africano

Camba? Kumbu? Kota? Você pode não saber, mas essas são palavras da língua portuguesa faladas em Angola, país da costa sudoeste da África colonizado por portugueses. Esses são termos usados para designar, respectivamente, "amigo", "dinheiro" e "pessoa mais velha e respeitável", e são uma pequena amostra de como a língua portuguesa tem variações que podem torná-la incompreensível até mesmo para seus falantes.

Há também casos de palavras que existem no português brasileiro e que podem gerar confusão em uma conversa com um angolano. "Geleira", por exemplo, que no Brasil significa uma grande massa de gelo formada em lugares frios, em Angola, significa "geladeira".

Angola é apenas um dos oito países de língua portuguesa espalhados pelo globo. Além do Brasil, de Portugal e de Angola, o português é a língua nacional de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique, São Tomé e Príncipe e do Timor Leste, localizado no arquipélago indonésio, entre a Ásia e a Oceania.

Cada lugar tem um falar distinto, que torna o português, assim como outras línguas globais, um idioma rico e diversificado. Em alguns países, o português apresenta variações de sotaque e vocabulário, como é o caso das diferenças na forma de se expressar dos falantes do Nordeste, Sul e Sudeste do país.

O escritor e linguista Marcos Bagno, professor do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB), explica que a língua portuguesa foi levada para vários lugares do mundo por meio das conquistas marítimas de Portugal. Aos poucos, essa língua foi assumindo características próprias em cada comunidade.

"O que ainda nos mantém mais ou menos em contato fácil é a língua escrita formal, que é mais conservadora e tenta neutralizar as diferenças entre os modos de falar característicos de cada país", destacou. "Faço parte de um grupo cada vez maior de pesquisadores que afirmam que, sim, o português brasileiro é uma língua diferente do português europeu, depois de mais de 500 anos de divergência."

Recentemente, houve um movimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para aproximar a escrita desses países. O resultado foi a assinatura de um acordo internacional para a implantação de uma ortografia unificada. Todos os oito países assinaram e sete deles já ratificaram o documento. Apenas em Angola, o acordo encontra barreiras políticas.

Segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Gilvan Müller, que foi diretor executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa da CPLP por quatro anos (entre 2010 e 2014), o acordo ortográfico, o aumento do fluxo de pessoas entre esses países e a expansão do sistema educacional dos países da África e do Timor Leste deverão ajudar no crescimento do número de falantes.

"Nesses países, uma parte muito grande da população não é falante do português. Eles falam outras línguas. Em Moçambique hoje, 50% da população não falam português. O português passa por um período de crescimento importante, porque finalmente esses países terminaram suas guerras civis, o sistema de ensino foi reestruturado e também os meios de comunicação. Pela previsão das Nações Unidas, todos os cidadãos falarão português nesses países a partir de 2050", disse Müller.

O filólogo e acadêmico brasileiro Evanildo Bechara acredita que o português caminha para uma unificação escrita, mas que as formas de falar serão mais variadas no futuro. "Uma língua é uma multiplicidade de falares. A língua nunca é uniforme. Os países africanos ficaram independentes de Portugal apenas recentemente, por isso eles ainda falam como os portugueses. Mas a tendência é que, com o afastamento, cada um vivendo a sua cultura, vão nascer diferenças que não havia quando eles estavam sob a tutela portuguesa", avaliou.

Para Bagno, o caminho inevitável é que o português falado nos diferentes países se diferencie cada vez mais. "Assim aconteceu com o latim, que se transformou nas diversas línguas românicas que existem hoje", concluiu.

Desde o início do mês, a TV Brasil transmite, às 23h, a novela Windeck – Todos os Tons de Angola. A trama, ambientada em Luanda, é centrada nos bastidores da redação de uma revista chamada Divo. A novela é transmitida com áudio original, ou seja, os atores falam português de Angola. Com 140 capítulos, Windeck foi a primeira novela a ser produzida no país africano. A exibição, pela TV Brasil, recebe o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

Fonte: Jornal do Brasil

Presidenta Dilma Rousseff lamenta morte de Tomie Ohtake

"Nessa hora de dor, presto as minhas homenagens e ofereço meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores desta grande artista", declarou Dilma.

A presidenta Dilma Rousseff divulgou no dia 12 de fevereiro(quinta-feira), nota de pesar pela morte da artista Tomie Ohtake.

"A cultura brasileira perdeu hoje Tomie Ohtake. Grande dama da pintura nacional, Tomie Ohtake nasceu no Japão, mas ao longo de sua vida centenária se tornou intrinsecamente brasileira. A sua capacidade de reunir geometria e cor, movimento e placidez, tornou Tomie Ohtake uma artista única.

Nessa hora de dor, presto as minhas homenagens e ofereço meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores desta grande artista", diz a nota.

Fonte: Portal Fator Brasil

Trinta anos sem Cora: poesia foi marcada por memórias de vida simples e dura

"Este nome não inventei, existe mesmo, é de uma mulher que vive em Goiás: Cora Coralina. (...) Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade varia. (...) Assim é Cora Coralina, repito: mulher extraordinária, diamante goiano cintilando na solidão (...)."

Nascida na cidade de Goiás em 1889, Cora começou a escrever em 1911. Eram contos e crônicas publicados nos jornais da época. Depois da Semana de Arte Moderna de 1922, ela se reconheceu no modernismo e seguiu esse caminho, ficando conhecida como poetisa.

"O que Cora produziu está muito bem escrito no ideário modernista, ela trabalha com verso livre, busca o cotidiano, o coloquial, ela tem versos longos contaminados da prosa. Pensando que escreveu até as vésperas da morte, ela continua escrevendo em um tempo contemporâneo, mas persiste nesse ideário", explicou a professora de literatura da Universidade Federal de Goiás (UFG) Goiandira de Fátima Ortiz de Camargo.

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